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Fatores que influenciam no sabor e aroma da erva-mate: Tipos de cultivo 

Fatores que influenciam no sabor e aroma da erva-mate: tipos de cultivo . No artigo: Fatores que influenciam no sabor e aroma da erva-mate, foi descrito sobre 3 fatores que influenciam no sabor e aroma da erva-mate e que são desconhecidos pela maioria dos consumidores: o Terroir, a escolha da muda e a preparação do solo.

Em primeiro lugar, é importante você compreender que quando falo de aromas e sabores estou me referindo a experiências sensoriais.

Ou seja, são as reações produzidas pelas características dos alimentos e como elas são percebidas pelos sentidos; é a soma da percepção de vários estímulos captados pelos nossos cinco sentidos (visão, tato, audição, paladar e olfato), que se traduzem em determinadas impressões.

Saiba que a Erva-mate não é tudo igual, e assim você pode apreciar diferentes percepções que a erva-mate pode trazer.

Vamos conhecer quais são os fatores que influenciam nas características de cada erva-mate e porque!

E quais são então esses fatores ?

1.Terroir

2.A escolha da muda

3.A preparação do solo

4.Tipo de cultivo

5.Sombreamento

6.A colheita certa

7.Cuidados após a poda

8.Processo na indústria

9.Regiões do melhor plantio  

O que irei apresentar e descrever neste artigo é o quarto fator que influencia nas experiências sensoriais da erva-mate: o tipo de cultivo.

Fique atento (a) sobre as outras descrições nos próximos artigos em www.chimatearia.com.br/blog 

Vamos lá!

4- Fatores que influenciam no sabor e aroma da erva-mate: Tipos de cultivo

A erva-mate é um produto originário da região sul do Brasil, inserida dentro da Floresta Ombrófila Mista.

Segundo o engenheiro agrônomo Gilberto Neppel – Epagri SC (autor, Indicação Geográfica Erva-mate do Planalto Norte Catarinense: produto), a manutenção destas áreas com o correto manejo da floresta é de fundamental importância.

Os fatores humanos estão presentes em todo o processo produtivo, assim, o “saber fazer” contribui na forma de manejar adequadamente esses ecossistemas, que vai desde o repovoamento de áreas, à colheita que evita poda muito intensas ou frequentes, reduzindo a capacidade autossustentável da floresta (Marques, 2014).  

 

Ervais Nativos

Até o início da década de 70 a produção de erva-mate no Brasil era exclusivamente oriunda de “ervais nativos”.

O plantio de ervais em monocultivo se inicia ao final dos anos de 1970, sistema esse que começa a ter expressão a partir da década de 1980, no Rio Grande do Sul, Paraná e oeste de Santa Catarina (Souza, 1998a).

Em estudo realizado em 14 propriedades no sul do Paraná e 7 no Planalto Norte Catarinense, Chaimsohn & Souza (2012) constataram que a maioria dos ervais são associados com outras espécies arbóreas, espécies herbáceas forrageiras e com presença de animais, nos ambientes  denominados de “caívas” e sendo “ervais nativos”. 

Os adensamentos, na maioria, são com sementes provenientes desses ervais e produzidas pelos próprios agricultores.

Os ervais podem ser manejados de várias formas e relacionados com diversos sistemas de produção.

CLASSIFICAÇÃO DE UNIDADES DE PAISAGEM

Em estudo realizado por Marques (2014), avaliando 66 ervais em 40 propriedades de agricultores familiares de 7 municípios do Planalto Norte Catarinense, identificou treze diferentes tipos de  unidades de paisagem dos ervais, através de diferentes critérios entre os quais o índice de Conservação Florestal (ICF).

Dos 13 tipos de ervais, 8 representam ervais integrantes no regulamento de uso da IG “Erva-Mate do Planalto Norte Catarinense”, destacadas a seguir.

Fatores que influenciam no sabor e aroma da erva-mate: Erval em mata

Caracterizado pela cobertura florestal mais conservada, “erval nativo”, com elevado grau de conservação (ICF entre 16 e 19), normalmente atingindo o estágio avançado de regeneração, produção oriunda de árvores “nativas” e sem presença constante de animais. 

Não são realizadas roçadas ou quaisquer outras práticas de manejo além da colheita da erva-mate.

Devido à baixa luminosidade e competição entre as árvores a produtividade é baixa, em média 176,0 kg/ha/ano, variando de 138,0 a 208,0 kg/ha/ano, com intervalos entre podas de no mínimo 4 anos.

Fatores que influenciam no sabor e aroma da erva-mate: Erval em mata aberta

Cobertura florestal mais aberta pela ação antrópica, caracterizada pela fisionomia florestal em estágio intermediário de conservação (ICF entre 8 e 14,5), produção oriunda de árvores “nativas” sem a presença constante de animais. 

Então trata-se de áreas que já foram utilizadas como lavouras (normalmente há mais de 20 anos) em processo de regeneração como capoeiras. 

Os desbastes aliados a roçadas mais frequentes (anuais e bianuais) permitem maior incidência de luz e consequente maior produtividade dos ervais. 

A média das produtividades atinge 978,0 kg/ha/ano, variando de 222,0 a 2.500,0 kg/ha/ano. Não são utilizados agrotóxicos ou adubação.

Fatores que influenciam no sabor e aroma da erva-mate: Erval em caíva

Cobertura florestal relativamente conservada, “erval nativo”, com presença constante de animais, sub-bosque com presença de pastagens. 

Caracterizada pela fisionomia florestal em estágio intermediário de conservação (ICF entre 10 e 16), produção oriunda de árvores “nativas” e presença constante de animais. 

Trata-se de áreas historicamente utilizadas de forma consorciada entre produção florestal (erva-mate, madeira e lenha) e produção animal (principalmente bovinos) o que lhes conferem um aspecto característico de mata com o solo recoberto com gramíneas rasteiras em forma de pastagem.

Importante destacar que todas as paisagens classificadas como “Caívas” apresentam-se como áreas muito heterogêneas, formando um mosaico de áreas mais abertas e áreas mais fechadas, sendo de difícil caracterização mesmo empregando levantamentos fitossociológicos tradicionais.

Assim, a classificação das caívas em função de sua cobertura leva em consideração o tipo de cobertura predominante. 

As roçadas são anuais ou bianuais na maioria dos casos, porém podem ser eventuais ou mesmo não realizadas em alguns casos. A luminosidade tende a ser pouco intensa na maior parte da área. 

Não são utilizados agrotóxicos ou adubação. A produtividade apresenta enorme variação (54,0 a 1.377,0 kg/ha/ano) com a média atingindo 384,0 kg/ha/ano. São de ocorrência típica da região do sedimento e de áreas mais planas, já que estão correlacionadas com remanescentes de criadouros dos faxinais.

Erval em caíva aberta

Cobertura florestal mais aberta (ICF entre 7 e 10) pela ação antrópica, “erval nativo”, presença constante de animais, sub-bosque dominado pelas pastagens na maior parte da área, com presença de gado bovino pouco intensivo. 

As roçadas são mais frequentes anuais ou a cada dois anos. A maior frequência está em função da menor cobertura florestal que implica em maior luminosidade e consequente maior desenvolvimento de plantas no sub-bosque, que necessitam de roçadas para não prejudicarem as pastagens. 

Essa maior abertura e frequência de roçadas implicam em maior luminosidade que pode beneficiar o desenvolvimento da erva-mate. A média das produtividades é de 602,0 kg/ha/ano, também com enorme variação (de 51,0 a 2.324,0 kg/ha/ano).

Erval em caíva muito aberta

Cobertura florestal muito aberta (ICF entre 5 e 7) pela ação antrópica, em transição para potreiro, “erval nativo”, presença constante de animais, as pastagens dominam toda a área. Paisagem caracterizada pela fisionomia florestal mais aberta em transição para potreiro. 

No entanto, no conjunto da área, ainda se enquadra como em estágio médio de regeneração de acordo com a legislação. Produção oriunda de árvores “nativas” e presença constante de animais. 

A média das produtividades atinge 912,0 kg/ha/ano, mas também são muito variáveis (214,0 a 1.941,0 kg/ha/ano). Apesar da maior abertura da floresta, as araucárias e as imbuias se destacam em todas as paisagens, sendo esparsa, frequente e muito frequente. 

Demonstrando assim, apesar da grande abertura do dossel, um bom potencial para contribuir na manutenção das espécies ameaçadas.

Erval plantado em mata aberta

Mata aberta com intenso adensamento de erveiras, mais de 50% plantadas, sem a presença constante de animais. 

Paisagem caracterizada pela fisionomia florestal em estágio intermediário de conservação (ICF entre 8,5 e 13,5). O plantio pode ser marcante na paisagem e ser facilmente percebido ou ser discreto e se confundir com um “erval nativo” denso. 

Essas paisagens demonstram a viabilidade de se conservar a floresta agregando valor à floresta através do plantio da erva-mate.

Erval plantado em caíva aberta

Caíva aberta com intenso adensamento de erveiras, mais de 50% plantadas, presença constante de animais. Paisagem caracterizada pela fisionomia florestal, conservação florestal intermediária (ICF entre 7 e 10). A presença de animais é constante, mas em baixa lotação e de forma controlada, já que o principal uso da paisagem é a produção de erva-mate. Para os agricultores os animais têm a função de ajudar na limpeza do erval e gerar renda extra. A produtividade encontrada foi de 1.041,0 a 3.836,0 kg/ha/ano, sendo a menor produtividade está relacionada a um erval jovem que ainda não atingiu o pico de produção.

Adensamento

Cabe destacar a prática comum de utilizar o adensamento das florestas com mudas de erva-mate. Esses ervais são caracterizados por floresta em estágio intermediário de regeneração, com plantio de erva-mate em clareiras existentes em áreas de florestas, com produção, desta forma, oriunda de erveiras plantadas junto à floresta e sem a presença constante de gado.

Monocultivo de erva-mate

Este sistema não é descrito pelo autor Gilberto Neppel por não fazer parte da Classificação de Paisagem que compõem IG Erva-Mate Planalto Norte Catarinense. 

No monocultivo a erva-mate é plantada a pleno sol, geralmente em áreas que foram utilizadas para agricultura ou silvicultura de pinus e eucalipto. 

Para implantar um erval neste tipo de terreno, é necessário descompactar o solo para que a planta tenha um desenvolvimento radicular rápido, permitindo que a planta tenha um bom crescimento. 

No momento do plantio é necessário ter mais cuidados com as mudas até uns seis meses após o plantio. Recomenda-se a colocação de uma lâmina de madeira ou outro objeto que a proteja do sol do meio dia até às quatro horas da tarde. 

Dependendo da estiagem é necessário molhar as plantas, devido a falta de proteção natural, o solo desidrata muito rápido. É necessário fazer análise do solo para corrigir possíveis deficiências de minerais e matéria orgânica. 

Depois de seis anos de plantio, o erval já começa a dar retorno financeiro. Esse sistema apresenta uma produtividade maior devido a brotação mais intensa proveniente da superexposição ao sol. 

Mas pelo fato de ser conduzida fora do seu habitat, a Floresta Ombrófila Mista, a indústria e o consumidor exita em consumi-la. 

Normalmente a matéria prima proveniente desses ervais de monocultura são utilizados como blends com as ervas nativas ou destinadas à exportação no padrão erva-mate repousada.

Fonte: Indicação Geográfica Erva-mate do Planalto Norte Catarinense: produto. – Epagri-Ciram.

Fatores que influenciam no sabor e aroma da erva-mate: Tipos de cultivo – Conclusão

Até aqui você entendeu sobre mais um dos fatores que influenciam no sabor e aroma da erva-mate.

Com isso, preciso lhe dizer…

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Até o próximo artigo sobre os demais fatores que influenciam na experiência sensorial da erva-mate !

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