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Você sabia que o poder antioxidante da erva-mate é maior que a do vinho?

Antioxidante da erva mate. Antes de mais nada, o vinho se faz presente na história da humanidade há milênios, da uva associada ao álcool decorrente da fermentação do mosto, tem-se então o sagrado vinho, que além de bebida tradicional, elixir dos deuses, é ótimo para a saúde, traz benefícios ao organismo humano, através do seu efeito antioxidante, agindo beneficamente sobre as paredes das artérias.

“Anseios de amor. Sua boca me cubra de beijos! São mais suaves que o vinho tuas carícias, e mais aromáticos que teus perfumes é teu nome, mais que perfume derramado; por isso as jovens de ti se enamoram. Leva-me contigo! Corramos! O rei introduziu-me em seus aposentos.” Salomão
O consumo do vinho por si só já é responsável pela elevação das lipoproteínas de alta densidade (HDL) no sangue, o “bom colesterol”, além de diminuir a agregação das plaquetas, associados aos dois efeitos do produto o resultado será sempre benéfico à proteção do aparelho cardiovascular.


Os efeitos antioxidantes são conferidos, principalmente, por uma substância presente na casca e semente da uva madura – e também em alimentos como o mirtilo, o amendoim e o chocolate amargo: o resveratrol. Seus efeitos no organismo podem promover melhora na coagulação sanguínea, proteger as células dos radicais livres, auxiliando a função cerebral e aumentando a longevidade; aumentar a vasodilatação – com isso, diminuindo a pressão arterial média.


Ao contrário da vasta literatura que existe sobre atividade antioxidante total e poder sequestrante de radicais, dados específicos sobre poder redutor são um tanto limitados. Entretanto, a habilidade antioxidante de muitos compostos está diretamente relacionada a sua capacidade redutora, assim, a medida do Poder Redutor, que é a capacidade de redução de um agente oxidante, pode ser uma importante ferramenta de suporte na definição do mecanismo de ação de um dado antioxidante em determinado meio.


Psarra et al. (2002) pesquisou o poder redutor de vinhos brancos e sua relação com a composição de polifenóis. As análises mostraram, que o poder redutor das amostras de vinhos variaram largamente, o que é uma indicação que o poder redutor é dependente do conteúdo de polifenóis totais e da relativa quantidade de polifenóis individuais. A pesquisa mostra ainda que análogos do ácido clorogênico, como o ácido cafeico, possuem uma grande habilidade em reduzir o íon férrico presente na reação e possivelmente encontrado na erva-mate. O Poder Redutor pode ser atribuído na mesma extensão tanto à concentração de polifenóis totais quanto a concentração de flavanóis para as amostras de vinhos testados. Provavelmente possa se esperar a mesma condição para extratos de erva- mate, onde, para se comprovar, poderia-se quantificar estes mesmos compostos nas amostras em questão.


Os valores encontrados para amostras de vinhos brancos variaram entre 0,31 e 2,05 mM Equivalentes de Quercetina (Psarra et al., 2002), já para os extratos de erva-mate, os valores foram superiores, entre 4,4373 e 12,4082 mM Equivalentes de Quercetina. Esta diferença pode ser aceita levando-se em consideração que vinhos brancos possuem uma atividade antioxidante menor que vinhos tintos, que por sua vez, possui metade da atividade antioxidante de extratos de erva-mate, preparadas na menor concentração utilizada para comparar a ação protetora de Ilex paraguariensis com outros sistemas alimentares (Filip et al., 2000).


Os resultados obtidos por Filip et al. (2000) demonstram que Ilex paraguariensis tem um conteúdo superior de flavonóides (quercetina, rutina e camferol) e derivados cafeoil (ácido cafeico, ácido clorogênico, ácido 3,4-dicafeoilquinico, ácido 3,5-dicafeoilquinico e ácido 4,5- dicafeoilquinico) – principais responsáveis pela atividade antioxidante da erva-mate – que outras espécies testadas. Ácido cafeico, ácido clorogênico e os três ácidos dicafeoilquinicos estão presentes em todas as espécies, no entanto, diferenças quantitativas substanciais são notadas entre Ilex paraguariensis e outras espécies.

Estes resultados, além de contribuir para o conhecimento da composição de espécies Ilex sul americanas, estão em acordo com o uso terapêutico da Ilex paraguariensis. O conteúdo superior de derivados cafeoil e flavonóides detectado em Ilex paraguariensis sustenta o uso do mate como colerético, antioxidante e agente hipocolesterêmico. Muitos flavonóides, como a quercetina, luteolina e catequinas, são melhores antioxidantes que a vitamina C, vitamina E e β-caroteno em uma mesma concentração molar (Gao et al., 1999).

 

A cafeína, teofilina e teobromina são três alcalóides, estreitamente relacionados, encontrados na erva-mate e fazem parte do grupo de compostos mais interessantes sob o ponto de vista terapêutico (Perez, 1993).
Investigações fitoquímicas de Ilex paraguariensis encontram muitas classes de constituintes químicos como alcalóides (cafeína), aminoácidos, polifenóis (ácidos clorogênicos) e flavonóides (quercetina, rutina e camferol). Os polifenóis e flavonóides tem se mostrado protetores contra várias doenças (Schinella, et al., 2000).


Ou seja, os resultados desta pesquisa sugerem que a ingestão de erva-mate na forma de chá e chimarrão, pode ser um meio muito eficaz e econômico para fornecer uma importante quantidade de compostos que aumentam o sistema de defesa antioxidante de um organismo, além de permitir a busca de novas áreas mercadológicas, propiciando o desenvolvimento de produtos alternativos e de maior qualidade, com atributos voltados para a saúde humana.


Um frio, um pensamento e um mate. Meu amor eu te digo: és tu quem eu amo de verdade! Carlos Edurardo Back

 


A erva-mate, ingerida na forma de chá e chimarrão, possui realmente um ótimo efeito antioxidante quando comparado à outros produtos naturais de ação já comprovada, em sistemas químicos e biológicos, e que esta propriedade pode ser explorada visando a diversificação das formas de consumo, o que facilitaria a expansão do uso pelo país.
A erva-mate, quando comparada com outros tipos de plantas ou produtos industrializados, é um produto centenário que se encontra em fase embrionária de descobertas de uma maior qualidade e diversificação de produtos, para que possa ocorrer a busca de novos mercados, nacionais e internacionais.


Agora, entre o vinho e a erva-mate, fique com os dois! Desfrute, celebre, divirta-se, diversifique com novos sabores e aromas e formas de consumo, integre no dia a dia a delícia e os prazeres destes produtos maravilhosos!
Fonte: Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia dos Alimentos, Área de Concentração em Ciência e Tecnologia dos Alimentos, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciência e Tecnologia dos Alimentos por Liana Pedrolo Canterle,
Orientadora: Profa. Dra. Marta Weber do Canto Co-Orientadora: Luisa Helena Rychecki Hecktheuer. Santa Maria, RS, Brasil.

 

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