Grupos climáticos da erva-mate na Região Sul

Você já ouviu falar dos grupos climáticos da erva-mate na Região Sul ?

Para entender melhor sobre isso e como os diferentes climas podem influenciar na experiência sensorial do consumidor, fique até o final deste artigo publicado na INFOMATE, n.65, de 16 de agosto de 2021, por Dra. Elenice Fritzsons, da Embrapa Florestas.

Vamos lá!

Grupos climáticos da erva-mate na Região Sul

O clima afeta as plantas de diversas formas. Em curto prazo as plantas podem ser prejudicadas pela seca, excesso de chuva, de frio ou calor ou serem beneficiadas por temperaturas e umidades ideais para o crescimento. 

Já em longo prazo, o clima seleciona plantas mais adaptadas a um determinado local e seleciona até mesmo genótipos (de forma simplificada, características) dentro de uma mesma espécie, que são mais adaptadas a uma situação de clima e solo. Assim, o clima age como um agente natural de melhoramento das plantas.

A erva-mate ocorre em todos os estados do sul do Brasil, em locais frios e com geadas frequentes. Porém, sabemos que em toda a região de ocorrência da espécie há climas distintos. 

Fizemos um estudo dentro do Projeto Araucamate, da Embrapa Florestas, com 195 pontos de ocorrências de plantas de erva-mate nativas e associamos estes pontos com o clima específico em que elas ocorreram. 

Com isso, e trabalhando com análise estatística multivariada, identificamos 4 grupos climáticos (Figura 1):

Grupo A1: predomina no oeste do Paraná e de Santa Catarina;

Grupo A21: predomina no centro sul do Paraná e em ponto isolado em Santa Catarina;

Grupo A22: nas partes mais altas de Santa Catarina;

Grupo B: o mais distinto de todos e, praticamente, exclusivo do Rio Grande do Sul. 

O passo seguinte do estudo é verificar se as árvores matrizes destes grupos, adaptadas a estes climas distintos, apresentam características diferenciadas, tais como compostos fitoquímicos importantes para as indústrias alimentícias ou de medicamentos, e também resistência a doenças, maior produtividade, etc. 

Estas informações poderão ser utilizadas em programas de melhoramento genético. Além disso, a identificação precisa do clima e do genótipo das populações de erva-mate podem também subsidiar a caracterização de produtos com marcas regionais.

Pensando em conservação e sobrevivência da espécie, identificar e manter populações e/ou indivíduos com características raras ou favoráveis é fundamental, ainda mais frente às mudanças climáticas, que já estão ocorrendo, que vão exercer novas pressões de seleção às espécies do planeta. 

Para maiores informações sobre este trabalho, pode-se verificar o artigo: Fritzsons, E., Wrege, M. S., Soares, M. T. S. Aguiar, A. V., Sousa, V. A., Scarante, A. G., & Ambrósio, M. F. M. (2020). 

Proposta metodológica para subsidiar conservação e melhoramento genético da erva-mate no sul do Brasil, baseada em grupos climáticos. Scientia Forestalis, 48(128), e3267)  https://doi.org/10.18671/scifor.v48n128.22

Conclusões finais

Em breve teremos um podcast exclusivo com a dra. Elenice Fritzsons para você que quer ir mais a fundo nesse tema. Acontecerá pelo nosso canal do YouTube: Chimatearia/YouTube

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Até o próximo!

 

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