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Crédito de Carbono: O Potencial Comercial do Mercado de Carbono dos Ervais

Crédito de Carbono: O Potencial Comercial do Mercado de Carbono dos Ervais.

O Poder da Erva-mate surpreende cada vez mais: o que você vai ler a seguir irá clarear seu entendimento sobre a quantificação do estoque de carbono na espécie Erva Mate (Ilex paraguariensis), o impacto positivo disso na nossa atmosfera e trazer uma visão expandida sobre o potencial comercial dos ervais.

Então fique até o final para conhecer sobre:

1- Quem é o responsável pela pesquisa: Douglas Prado Marcos

2- Como tudo começou

3- Os parceiros que viabilizaram a realização do estudo

4- O local da coleta das amostras e a característica da floresta

5- A conclusão sobre a quantidade de captura de CO2 por hectare

E muito mais…

Quem é Douglas Prado Marcos ?

Douglas Prado Marcos é Biólogo e Administrador de Empresas com especialização em Projetos Sustentáveis, Mudanças Climáticas e Mercado de Carbono pela Universidade Federal do Paraná, essa que possibilitou um estudo sobre a Quantificação do estoque de carbono na espécie Erva Mate (Ilex paraguariensis). 

Faz parte da equipe da D&F – Projetos Agrícolas e Ambientais, sendo um dos idealizadores desta empresa que atua com licenciamentos ambientais e projetos agrícolas na região do Planalto Norte Catarinense e Sul do Paraná. 

Na área ambiental comecei trabalhando na Universidade do Contestado com colheita de sementes de espécies arbóreas nativas, em um projeto com a Embrapa de Canoinhas, ainda na UnC trabalhei na Certificação Florestal CERFLOR da Rigesa, hoje denominada como WestRock, segui estudando na área com formação em Ciências Biológicas em 2013 pela UFSC, concluindo com o trabalho intitulado: 

Atividades Antioxidantes e Antitumorais dos extratos bruto e supercrítico da erva-mate nas células do câncer de mama

Em 2015 iniciei a Pós Graduação em Projetos Sustentáveis, Mudanças Climáticas e Mercado de Carbono, onde realizei o estudo da Quantificação do estoque de carbono da erva-mate.

Como tudo começou

Na UFPR, me propus a trabalhar com a Erva-mate, onde pude ter a orientação do Professor Dr. Carlos Roberto Sanquetta, o qual tenho muita gratidão por todo o conhecimento compartilhado, uma pessoa fantástica que admiro muito, me ajudou inclusive nas atividades de campo.

Durante o curso de especialização na UFPR, sinalizei aos professores que gostaria de trabalhar com a erva-mate na conclusão de curso, sendo direcionado a desenvolver o estudo com base em uma metodologia desenvolvida para quantificação do estoque de carbono de espécies florestais, no Laboratório Biofix foram realizados estudos com várias espécies florestais, porém ainda não existia sobre a erva-mate de forma específica.

Os parceiros que viabilizaram a realização do estudo

A Universidade Federal do Paraná, através do Laboratório do Biofix, tendo como orientadores os Professores Dr. Carlos Roberto Sanquetta e Dra. Ana Paula Dalla Corte e toda e equipe de alunos e funcionários do laboratório, a empresa Ervateira Dranka que cedeu a área de estudo e também as árvores. 

E a minha empresa que permitiu a viabilidade financeira e de tempo para que pudesse desenvolver os estudos.

O local da coleta das amostras e a característica da floresta

O local de coleta foi na Cidade de Canoinhas, Localidade do Rio Pretinho, de propriedade da Ervateira Dranka, uma área de plantio com mais de 14 anos de idade, onde foram retiradas 30 árvores com diferentes cap (circunferência altura do peito), o povoamento possui 7.521,67 árvores por hectare.

As classes diamétricas escolhidas variam de 0,64 cm a 7 cm, de 7 a 9 cm, de 9 a 11 cm, de 11 a 13 cm, e de 13 a 18,14 cm de diâmetro.

 

O objetivo principal do estudo e a metodologia utilizada para a coleta das amostras até a realização das análises laboratoriais

Este estudo visou quantificar o estoque individual de carbono em uma plantação convencional adulta (15 a 17 anos) de erva-mate na região do Planalto Norte-Catarinense. 

Foi realizado o inventário florestal com unidades amostrais circulares de forma sistemática para determinar os intervalos das classes diamétricas, permitindo a escolha das árvores a serem destruídas para o estudo. 

Trinta árvores foram abatidas e suas biomassas separadas por compartimentos (folhas, galhos, fustes e raízes) e pesadas em campo. 

Remover as árvores com raiz, tronco, galhos e folhas, compartimentalizar e pesar individualmente a biomassa verde de toda a planta removida, em seguida foi retirada uma amostra de cada parte é encaminhada para o laboratório.

Para a determinação da biomassa foi seguida a metodologia de Sanquetta et al. (2006), escolhidas e abatidas as trinta árvores, sendo seis para cada classe diamétrica. As amostras frescas foram acondicionadas em pacotes de plástico para determinar o peso em balança de precisão. 

Logo em seguida sendo direcionadas para a secagem até atingir peso constante, determinando a biomassa seca das árvores amostradas. 

Em laboratório foram determinadas as suas biomassas secas, bem como os seus teores de carbono (TC) com o equipamento LECO C-144, pelo processo de combustão a seco

As árvores, com dap variando de 4 a 15 cm apresentaram estocagem de 2 a 14 kg de carbono por indivíduo. A maior estocagem de carbono nas plantas deu-se nos fustes (44%), seguidos de raízes (42%), folhas (10%) e galhos (4%).

A conclusão sobre a quantidade de captura de CO2 por hectare

A produção de erva-mate para esse povoamento teve uma estimativa de estoque de 824,86 toneladas de carbono, em termos de equivalência pelo GHG Protocol, observamos que isso representa a quantidade de carbono emitida pelo uso de 392.978 litros de gasolina 117,83 toneladas de  carbono equivalente por hectare.

 

A apresentação dos resultados para a Universidade Federal do Paraná (UFPR)   

O trabalho foi aprovado com publicação na revista científica, BIOFIX Scientific Journal. ISSN Eletrônico (e-ISSN): 2525-9725  

Os impactos positivos que as florestas de erva-mate integradas com as outras árvores nativas geram para a qualidade do meio-ambiente

A erva-mate tem como característica o desenvolvimento sob o dossel de espécies como a Imbuia, Araucária, entre outras que trazem um sombreamento e as condições ideais para uma maior qualidade e sabor para o chimarrão. 

Essa característica permite o desenvolvimento de uma diversidade de espécies vegetais e animais que utilizam os ervais como abrigo, formando um ambiente propício para a preservação ambiental.

A importância dessas florestas para a manutenção dos corredores ecológicos

As florestas plantadas têm um papel fundamental para interligar fragmentos florestais permitindo que formem o corredor ecológico, ou seja, um caminho para que as espécies animais possam ter condições de abrigo e alimento para sua sobrevivência.

A visão do biólogo sobre os sistemas de manejo dessas florestas e a contribuição para a preservação da fauna silvestre da Mata Atlântica 

A grande discussão em relação à preservação das florestas é tornar sustentável sua manutenção, durante muito tempo e até hoje a floresta nativa é vista como um passivo, ou seja, algo que não gera renda para quem a possui, mantendo-a em pé. 

A erva-mate, segundo a legislação, pode ser explorada comercialmente, isso trouxe um grande ganho ambiental fazendo com que florestas nativas sofram menos pressão de desmatamento, preservando a floresta mantém-se a biodiversidade e consequentemente a preservação das espécies desse meio. 

Para melhorar essa relação é importante fazer os tratos silviculturais de forma adequada, evitando a utilização de agrotóxicos e plantando a muda de erva de viveiros certificados com as sementes com comprovada origem de coleta.

O crédito de carbono e a regulamentação da venda no mercado internacional

Basicamente tudo que é produzido emite gases de efeito estufa, principalmente o CO², que é o dióxido de carbono que causa o efeito estufa, essa emissão faz com que ocorra o aquecimento da atmosfera do planeta elevando a temperatura e causando desequilíbrio ambiental, para conter essas emissões os países se reuniram em conferências mundiais que relataram essa preocupação com o Planeta. 

Em 1997 foi criado o Protocolo de Kyoto e atualizado pelo Acordo de Paris, de 2015, onde os países decidiram reduzir as emissões dos gases de efeito estufa, com isso foram criados mecanismos para que empresas que emitem mais carbono possam compensar essa emissão, através dos créditos de carbono. 

Comissão aprova proposta que regulamenta mercado de negociação de créditos de carbono

Créditos serão ligados a projetos de redução de gases do efeito estufa, como reflorestamento, por exemplo

21/06/2021 – 11:04  

Fonte: Agência Câmara de Notícias

A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados aprovou, na quarta-feira (16), o Projeto de Lei 528/21, que institui o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE). A ideia é regulamentar a compra e venda de créditos de carbono no País.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

A criação do MBRE está prevista na lei que instituiu a Política Nacional de Mudança do Clima (Lei 12.187/09) e é uma recomendação do Protocolo de Quioto, tratado internacional ratificado pelo Brasil que prevê a redução da concentração de GEE no planeta.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Tramitação

O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

O setor ervateiro e a venda do crédito de carbono

O setor ervateiro produz uma grande quantidade de carbono estocado, porém, assemelha-se a um diamante que sem ser lapidado deixa de ter valor, para conseguir vender o crédito de carbono, primeiro é necessário quantificar o carbono estocado, e fazer o inventário de emissões de gases de efeito estufa gerados na produção da erva-mate para o chimarrão, assim descobrindo o balanço do carbono existente em toda a cadeia produtiva. 

Partindo deste princípio é necessário estabelecer estratégias, planos e metas para redução e gestão das emissões de gases de efeito estufa. 

Os parâmetros para o inventário de emissões de GEE são encontrados  no GHG PRotocol – The Greenhouse Gas Protocol – A Corporate Accounting and  Reporting Standard (O Protocolo de Gases de Efeito Estufa – Um Padrão Corporativo de Contabilização e Reporte), ou simplesmente GHG Protocol, lançado em 1998 e revisado em 2004, é hoje a ferramenta mais utilizada mundialmente pelas empresas e governos para entender, quantificar e gerenciar suas emissões.

A metodologia do GHG Protocol é compatível com as normas da International Organization for Standardization (ISO) e com as metodologias de quantificação do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), e sua aplicação no Brasil, a partir do início do Programa Brasileiro GHG Protocol, em 2008, acontece de modo adaptado ao contexto nacional.

O tamanho desse mercado hoje

Sistema de Comércio de Emissões da União Europeia (EU ETS), por exemplo, já valorizaram 187% — em euros, vale destacar — desde 2018.

Acesse a matéria completa no link ao final deste artigo.

 

Os consumidores de produtos de erva-mate

O pilar da sustentabilidade tem como base a questão econômica social e ambiental, partindo deste princípio podemos observar que a cadeia produtiva da erva-mate envolve questões ambientais óbvias já citadas acima, questões sociais, pois envolvem pequenas propriedades rurais, envolvendo todas as pessoas que sobrevivem da produção agrícola e da indústria e também toda a questão econômica com funcionalidade da indústria ervateira, observada atentamente por grandes empresas mundiais.

Considerações finais e agradecimentos

O mercado do crédito de carbono está evoluindo significativamente, e esse cavalo encilhado está passando ao nosso lado, quem estiver mais preparado conseguirá obter maior lucratividade e aproveitar melhor essa oportunidade.

Quero agradecer o professor Sanquetta, tenho muita gratidão ao meu pai e minha mãe que me acompanharam, minha esposa que teve paciência no momento que precisei me dedicar aos estudos, à empresa Ervateira Dranka que cedeu à área de estudo e também as árvores, especialmente ao Seu Mário Dranka, grande empreendedor de Canoinhas, SC e Luis Mario Dranka por acreditar em mim e no trabalho desenvolvido, pelo João funcionário da Ervateira e também à professora Dra. Ana Paula Dalla Corte pelas orientações e também a toda Equipe do laboratório Biofix que tiveram toda a paciência e disponibilidade em me receber para realizar as etapas de estudo em laboratório.

Fontes de pesquisa:

Entenda o Mercado de Carbono Voluntário e Regulado. Disponível em:

https://www.sustainablecarbon.com/blog/mercado-voluntario-x-regula-a-diferenca-de-precos/ acesso em 28/07/2021.

O mercado de crédito de carbono pode chegar a US $100 bilhões por ano até 2050: A estimativa é do diretor-executivo do Instituto de Finança Internacional. Disponível em: Fonte Mercado De crédito – globo.com

Larissa Vitória. Verde que te quero verde: Como investir no mercado de crédito de carbono, que saltou 187% em três anos: Para quem quer unir ganhos ambientais e financeiros, selecionamos três maneiras pelas quais pessoas físicas podem investir nesse nicho. Disponível em: Investir no Mercado de crédito

Programa Brasileiro GHG Protocol. Disponível em https://eaesp.fgv.br/centros/centro-estudos-sustentabilidade/projetos/programa-brasileiro-ghg-protocol . Acesso dia 28/07/2021”

Por: Douglas Prado Marcos

Não fique de fora

AO CONSUMIR A ERVA-MATE NATIVA VOCÊ ESTÁ CONTRIBUINDO SIGNIFICATIVAMENTE PARA A SUSTENTABILIDADE DO PLANETA.

Entenda mais sobre esse assunto e mercado de Crédito de Carbono assistindo a entrevista com o Douglas Prado no canal do Youtube Chimatearia Erva-mate: podcast #17

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